Especial Fitzgerald: "O último magnata" (1941)
O último magnata: o romance inacabado de Fitzgerald
O último magnata (The Last Tycoon) foi o quinto e último romance de F. Scott Fitzgerald. Apesar de bem desenvolvido, esse trabalho ficou inacabado, visto que o escritor faleceu em 21 de dezembro de 1940, antes de concluir a história do jeito que tinha em mente. Coube ao seu amigo, Edmund Wilson, organizar o material disponível e, em parceria com o editor Max Perkins, publicá-la pela Charles Scribner's Sons, no dia 21 de outubro de 1941.
Em seu último romance, Fitzgerald mergulhou nos bastidores da Hollywood dos anos 1930, através da vida e trabalho de Monroe Stahr, um personagem inspirado num produtor de cinema da vida real, Irving Thalberg, que trabalhava na MGM. Assim como Thalberg, Stahr era muito inteligente, entendia de todas as etapas de uma produção cinematográfica, tanto criativa quanto comercial, conversava e acalmava os astros e estrelas com quem trabalhava e era muito influente no mercado cinematográfico.
Na ficção, o produtor Stahr fica viúvo, mas não consegue tirar a esposa da cabeça. Talvez, por isso, ele não só fosse workaholic como até dormisse em seu escritório, evitando voltar para casa. No entanto, quando um acidente hidráulico ocorre nas instalações do estúdio, ele acaba conhecendo Kathleen Moore, uma jovem de incrível semelhança com sua falecida esposa. Encantado por ela, Stahr passa a cortejá-la, mesmo sabendo que ela está para se casar com outro homem. Em paralelo, tanto por causa do seu poder, que chega a ser maior do que o do dono do estúdio, Pat Brady, como pela forma como conduz os negócios, Stahr conquista inimigos em Hollywood, que o querem morto.
Em 1976, a história de Fitzgerald ganhou uma versão cinematográfica, que foi roteirizada por Harold Pinter e dirigida por Elia Kazan. O elenco foi encabeçado por Robert De Niro (absurdamente magro!) interpretando Monroe Stahr, Ingrid Boulting no papel de Kathleen Moore, e Robert Mitchum no de Pat Brady. No livro, Cecília Brady (interpretada por Theresa Russel) é a narradora da história, o que não acontece no filme. Outros artistas integram a trama, como Tony Curtis no papel do astro Rodriguez, Jeanne Monroe como a estrela Didi, e Jack Nicholson como Brimmer, rival de Stahr.
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Locações de O Último Magnata: o Paramount Studios (foto: Fran Mateus) e a casa inacabada na praia Paradise Cove, Malibu (crédito: Academy Pictures Corporation). |
A trama se passa em Los Angeles, com destaque para o Paramount Studios. Esse, que é o único grande estúdio de cinema que fica em Los Angeles, foi usado como sendo o estúdio da ficção (5555 Melrose Avenue, Hollywood). Praticamente, todas as suas instalações podem ser conferidas na tela; entre elas, o espaço onde fica um estacionamento e a caixa d'água (foto acima), local em Monroe vê Kathleen pela primeira vez.
Outra outra locação importante do filme é a casa de praia de Stahr (inacabada na ficção, assim como o romance de Fitzgerald o foi na vida real). As cenas da visita de Monroe e Kathleen ao local (foto acima) foram rodadas na praia Paradise Cove, em Malibu (28128 Pacific Coast Highway), onde, atualmente, funciona o Paradise Cove Beach Café.
O último magnata: comentários
Por se tratar de um filme cuja adaptação foi um romance inacabado, fiquei curiosa para ver como seria o final dado por Elia Kazan e Harold Pinter para Monroe Stahr. Não posso dizer o que eles fizeram (prefiro deixar que você assista ao filme e tenha a mesma surpresa que eu tive), mas posso dizer que, na minha opinião, foi uma saída de mestre. Um final digno para uma história que ainda tinha muito para contar, se o seu autor tivesse mais tempo de vida.
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