Woody Allen na Europa: "Meia-Noite em Paris" (2011)
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Pôster de Meia-Noite em Paris (crédito: Mediapro) e lugares exibidos no filme (fotos: Fran Mateus) |
Meia-Noite em Paris: O filme
“Isto é inacreditável. Olha só! Não há cidade igual no mundo. Nunca houve!”
As palavras de Gil Pender (Owen Wilson) entregam a sua paixão por Paris, especialmente por aquela Paris dos anos 1920, habitada pelos grandes escritores norte-americanos Ernest Hemingway e Francis Scott Fitzgerald. Numa certa noite, Gil descobre, acidentalmente, como voltar ao passado, onde não só se diverte com seus heróis literários como se encanta pela modelo e estudante de moda, Adriana (Marion Cotillard). No entanto, como Gil tem uma noiva e outros compromissos no presente, chega a um ponto em que ele precisa decidir em qual época quer mesmo viver.
Meia-Noite em Paris: Os lugares onde ele foi filmado
Hotel Le Bristol
Gil, sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e os pais dela, John (Kurt Fuller) e Helen (Mimi Kennedy), se hospedam no Le Bristol, um hotel de luxo datado de 1925 e localizado numa das ruas de lojas de grifes de Paris (Rue du Faubourg Saint-Honoré, 112; metrô Miromesnil).
Le Grand Véfour
Numa cena inicial, Gil, Inez e os pais dela jantam no Le Grand Véfour, quando são interrompidos por Paul (Michael Sheen) e Carol (Nina Arianda), amigos de Inez que estão em Paris para uma apresentação dele na Universidade de Sorbonne. Gil não gosta da interrupção, mas Inez adora. Aberto em 1784, Le Grand Véfour é um dos mais antigos e luxuosos restaurantes da cidade (Rue de Beaujolais, 17; metrô Pyramides).
Palácio de Versalhes
Paul e Carol convidam Inez e Gil para irem a Versalhes. Num passeio pelos jardins do palácio, Inez conta detalhes para o casal sobre o livro que o noivo está escrevendo. Quando ouve que a história é ambientada num brechó, Paul diz que aquilo é típico de quem prefere negar a realidade do presente e idealizar o passado. Gil não gosta da observação, mas não pode negar que ele seja mesmo daquele jeito. Os jardins do palácio, onde a cena foi feita, datam de 1661 e foram projetados pelo grande paisagista da época, André Le Nôtre. (Place d’Armes; estação de trem Versalhes).
Musée Rodin
O quarteto Gil-Inez-Paul-Carol também visitou o Museu Rodin. Lá, aos pés da estátua O Pensador, a guia do museu (Carla Bruni) tem suas palavras contestadas por Paul sobre quem foi a esposa e quem foi a amante do escultor. O museu Rodin foi inaugurado em 1919, no prédio conhecido como Hôtel Biron, uma construção de 1737, onde Rodin viveu de 1908 até o fim da sua vida, em 1917 (Rue de Varenne, 79; metrô Varenne).
Igreja Saint-Étienne-du-Mont
Numa certa noite, perdido e levemente embriagado depois de uma degustação de vinhos, Gil se senta na escadaria da igreja St-Étienne-du-Mont. Logo que ouve as 12 badaladas, ele é surpreendido pelos ocupantes de um Peugeot Landaulet, que o convida a acompanhá-los numa festa. Sem saber, Gil entrou num portal do tempo que o leva a conhecer Zelda (Alison Pill) e Scott Fitzgerald (Tom Hiddleston), o casal sensação da Era do Jazz americana. A igreja St-Étienne-du-Mont data de 1624 e é o lar dos restos mortais da padroeira da cidade, Santa Genoveva (Place Sainte Geneviève; metrô Cardinal Lemoine).
Crémerie-Restaurant Polidor
Gil perambula com o casal Fitzgerald pelos bares de Paris até chegarem ao Polidor, onde ele é apresentado a Ernest Hemingway (Corey Stoll). Boquiaberto e incrédulo pela sua sorte, o aspirante a escritor aproveita a chance para pedir conselhos ao conterrâneo famoso sobre o livro que está escrevendo. Hemingway alega que escritores são competitivos e, por isso, ele prefere levar o livro de Gil para que Gertrude Stein (Kathy Bates) possa avaliá-lo. Aberto em 1845, o Polidor orgulha-se de seus fregueses do mundo literário, entre eles, Hemingway e James Joyce dos anos 1920, e, recentemente, Woody Allen (Rue Monsieur Le Prince, 41; metrô Odeon).
Residência de Gertrude Stein
Na noite seguinte, Hemingway leva Gil à casa de Gertrude Stein. No local, Gil conhece Pablo Picasso (Marcial Di Fonzo Bo) e a bela Adriana. Na vida real, Stein e Alice moraram num prédio da Rue de Fleurus, 27. No filme, a cena foi filmada perto dali, do outro lado do Jardim de Luxemburgo, na Rue Malebranche, nº 15 (estação de trem Luxembourg).
Musée de L’Orangerie
Numa visita ao museu L’Orangerie, Gil tem a oportunidade de corrigir uma informação do sabe-tudo Paul sobre o quadro em que Picasso pintou Adriana: a obra que Gertrude Stein disse que tinha ‘universalidade, mas não objetividade’. Neste museu estão as mega pinturas “Nymphéas”, de Claude Monet, em que ele eterniza as plantas aquáticas do jardim da sua casa em Giverny (Jardin des Tuileries; metrô Concorde).
Escadaria de Montmartre
Para evitar a concorrência de Hemingway, Gil convida Adriana para saírem de uma festa e darem uma volta pela cidade. Eles passam pelas prostitutas de Pigalle e seguem para o topo de Montmartre. Numa das escadarias do bairro, a dupla tem uma conversa sobre a beleza de Paris tanto de dia como à noite (Rue du Chevalier de la Barre com a rue Lamarck; metrô Anvers).
Restaurant Paul
Na frente do Restaurante Paul, datado do início do século XX, Gil beija Adriana e lhe dá um par de brincos. No momento em que ela os coloca, uma carruagem chega e os transporta para a Belle Époque (anos 1871 — 1914), uma época que Adriana sempre acreditou ser a melhor de todas para se viver (15, Place Delphine; metrô Pont Neuf).
Maxim´s
Na Belle Époque, Gil e Adriana vão ao Maxim's, lugar que ela sempre quis conhecer. Nesse local, datado de 1893, o casal dança em clima de romance. O espaço oferece visitas guiadas para quem desejar ver a coleção de móveis e objetos Art Nouveau de Pierre Cardin, em exposição no local (3 Rue Royale; metrô Concorde).
Moulin Rouge
Ainda na Belle Époque, Adriana leva Gil ao cabaré do Moulin Rouge, aberto desde 1889. Nele, a dupla assiste a um show de cancan e conhecem Toulouse Lautrec (Vincent Menjou Cortes), Paul Gauguin (Olivier Rabourdin) e Edgard Degas (François Rostain). Adriana decide ficar naquela que acredita ser a melhor das épocas para se viver e Gil volta para o seu presente (Boulevard de Clichy, 82; metrô Blanche).
Ponte Alexander III
Depois de uma conversa séria com Inez e uma caminhada longa e reflexiva por Paris, Gil para na ponte mais romântica da cidade: a Alexander III. Ele fica ali, admirando a Torre Eiffel, em plena meia-noite, quando é surpreendido pelo cumprimento de Gabrielle (Léa Seydoux), a vendedora de uma loja de antiguidades que ele passou a frequentar na cidade. Gil e a jovem trocam algumas palavras e decidem sair dali para tomarem um café juntos… sob a chuva; como ele tanto adora (Metrô Invalides).
Meia-Noite em Paris: Comentários finais
Meia-Noite em Paris é, na minha opinião, um dos melhores filmes já produzidos, tanto de Woody Allen como da Sétima Arte! Ele tem uma história muito interessante (quem nunca se imaginou vivendo em outra época, por achar que, nela, os tempos seriam melhores?), figuras carismáticas do passado (pessoalmente, sou fã de Hemingway e Fitzgerald, como você pode observar no decorrer das postagens neste blog), um elenco de primeira classe (Woody Allen escolheu a dedo o seu time de atores e atrizes; principalmente, aqueles que teriam que representar pessoas reais do passado), uma trilha sonora deliciosa e locações numa das cidades mais belas e charmosas do mundo: Paris.
Cada lugar parisiense, exibido no filme, tem sua própria história, sua própria beleza e seu próprio encanto. Alguns deles, você pode conferir no quadro de fotos de abertura deste post. Ao visitá-los, nós nos transportamos, se não para os anos 1920, para o mundo deste trabalho impecável de Woody Allen.
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